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A mostrar mensagens de setembro, 2014

Revolução e vassalização

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J.-M. Nobre-Correia Netflix : De média que reunia vastos públicos e contribuía para uma certa coesão social, a televisão passa a ser um sério fator de fragmentação… Estes primeiros anos do terceiro milenário ficarão na história como os de uma gigantesca revolução no sector do média. Os de uma imprensa diária gratuita que desabrochou, floriu e largamente murchou em poucos anos. De jornais a pagamento que perderam vertiginosamente compradores nas edições em papel e alargaram consideravelmente as audiências nas edições digitais. De uma rádio cujos suportes de difusão e condições de escuta mudaram profundamente. E de uma televisão que está a dar passos largos na transformação radical da sua própria sociologia. Esta semana, precisamente, o início de atividade de Netflix em seis novos países europeus marca uma etapa importante na paisagem audiovisual. Empresa estado-unidense que, em 1997, expedia DVDs aos assinantes e que passou a pô-los à disposição em fluxo contínuo

O reflexo de uma personalidade

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J.-M. Nobre-Correia Formas de tratamento : No relacionamento com os entrevistados, a degradação da linguagem utilizada pelos jornalistas traduz a lenta agonia das identidades editoriais… O fenómeno é chocante na imprensa. Mas é-o ainda mais em rádio e em televisão. Até porque o olho tem uma capacidade de “desnatagem” do discurso que o ouvido não tem. Mas também porque o fenómeno tomou claramente uma dimensão maior na oralidade do que no escrito. Dimensão que se acentuou nestes últimos decénios. A ponto de, num mesmo média, a situação ter passado a ser totalmente incoerente e até mesmo caótica. É de caos que de facto se trata quando se observa a maneira como os jornalistas contactam com as pessoas, se dirigem a elas ou as entrevistam. Quando se ouvem no mesmo canal de rádio ou de televisão, numa emissão após outra, ou até mesmo numa sequência após outra da mesma emissão, serem adotadas formas de tratamento diferentes. Há o que têm direito apenas ao nome

A rajada de vento que passa

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J.-M. Nobre-Correia Diários : Manifestamente, esta “rentrée” anuncia-se bastante agitada. Sê-lo-á suficientemente para fazer sair os jornais do triste marasmo em que se encontram ?… Num país onde os diários são raros, quatro mudaram ou vão mudar de direção por estes dias. Uma rajada de vento sacode pois a imprensa escrita. E é tanto mais forte quando atinge três diários generalistas e um desportivo ditos “nacionais”. Ora, a imprensa portuguesa encontra-se num estado miserável, na cauda da Europa em termos de vendas, de penetração social. Situação de que urge sair antes de um possível colapso final. Haverá quem se interrogue sobre a questão de saber se esta situação é fruto do jornalismo praticado ? Ou é este bastante insatisfatório porque as vendas são reduzidas e, por conseguinte, as redações não dispõem dos meios para praticar um jornalismo de qualidade ? Eterna história da galinha e do ovo… Só que neste caso, as iniciativas co