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A mostrar mensagens de janeiro, 2015

A confrangedora indigência

J.-M. Nobre-Correia Média : Dia após dia, a RTP dá provas de uma inacreditável mediocridade dos seus telejornais. Mas, estes últimos dias, o principal apresentador do principal telejornal ultrapassou tudo o que é imaginável em matéria de incompetência e má-fé… É muito difícil escrever sobre os média portugueses, quando a quase totalidade dos leitores pratica unicamente a imprensa, a rádio e a televisão nacionais. Não que, em viagem pelo estrangeiro ou por curiosidade pontual, não tenham contactado com média de outros países. Mas, no dia a dia, durante toda a vida, foi com média portugueses que se informaram. Daí que, mesmo entre os mais críticos, haja sempre quem diga que há esta ou aquela rubrica, este ou aquele programa que não são maus. E mesmo que tal outra ou tal outro até são bastante bons. E é evidente que os há : nem tudo é um mar de desolação, felizmente ! Não impede que, globalmente, comparada com a maioria das congéneres europeias, a televisão em Por

O novo príncipe dos média

J.-M. Nobre-Correia Depois das telecomunicações e das redes de cabo, Patrick Drahi passou a interessar-se por televisões, diários, magazines e rádios. E em apenas um ano e meio provou que as ambições nesta matéria são bastante grandes… Muito se tem falado nestes últimos meses de Patrick Drahi e de Altice, desde que esta se candidatou à aquisição da PT Portugal. Há no entanto um aspeto das atividades de Drahi que parece ter totalmente escapado aos jornalistas : o da sua implantação cada vez maior no sector dos média. Com o que isto significa em termos de estratégia com diferentes vertentes. Nascido em Marrocos, Drahi é um homem de negócios que dispõe das nacionalidades francesa e israelita, estando porém domiciliado fiscalmente na Suíça. Criador em 2001 da sociedade luxemburguesa Altice, está hoje presente nas telecomunicações e nas redes de cabo, mas passou mais recentemente a interessar-se pelos média ditos tradicionais. Em julho de 2013, Drahi lançou assim I24

Estranha gente essa ali ao lado !

J.-M. Nobre-Correia Bruxelas e Washington disputam o lugar de cidade com mais correspondentes de média do mundo inteiro. Mas estes mesmos correspondentes ignoram tudo ou quase tudo da vida política, económica, social ou cultural dos belgas… De repente, o terrorismo faz da Bélgica tema de atualidade nos média portugueses. Há porém que prevenir leitores, ouvintes e espectadores : a grande maioria dos correspondentes dos média portugueses em Bruxelas nada ou quase nada sabe da vida política, da economia, da cultura ou mesmo da sociedade belga… Largas centenas de jornalistas [ 1 ] estão em Bruxelas como correspondentes antes do mais para cobrirem a atualidade da União Europeia e da NATO. E, nestas matérias, repetem largamente o que lhes dizem os serviços de comunicação destas instituições, em conferências de imprensa diárias e em numerosos documentos que lhes são endereçados todos os dias. Ou então repetem mais ou menos religiosamente o que lhes dizem ministros portu

Un monde s'écroule lentement

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J.-M. Nobre-Correia La presse quotidienne belge francophone est en pleine décomposition. Les ventes chutent brutalement sans que les éditeurs comprennent ce qui a changé avec la presse, la Belgique et plus particulièrement Bruxelles… Passons sur la fait que les chiffres authentifiés concernant la diffusion des quotidiens belges soient rendus publics avec un énorme retard. Et que même les chiffres déclarés sur l’honneur par les éditeurs subissent des retards. Alors qu’il serait souhaitable que les professionnels en prennent connaissance dans les plus brefs délais. D’aucuns diront que, pour mes mauvaises nouvelles, on peut toujours attendre ! Et il est vrai que la situation a un côté terrifiant. Un seul exemple : le traditionnel navire amiral de la presse quotidienne francophone, Le Soir [ 1 ] , diffusait encore 236 580 exemplaires en 1971, vendait 145 534 en 1993 et n’en vend plus que 64 371 [ 2 ] (71 257 si l’on ajoute à l’édition en papier l’édition numérique) [ 3 ] ! Com