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A mostrar mensagens de junho, 2015

Um olhar diferente

J.-M. Nobre-Correia Média / Política : Há um rolo compressor que destila uma versão largamente unidimensional da situação grega. Mas há também, para lá da fronteira luso-espanhola, vozes dissonantes que atiçam o espírito crítico dos cidadãos… Globalmente, a impressão com que se fica quando se praticam unicamente média portugueses, é que a situação grega é clara. Claríssima mesmo. De um lado, os bons democratas europeus, da direita como da “esquerda razoável”, acham que a Grécia tem que “pagar o que deve” : ponto final. E que o governo grego fruto das eleições legislativas de janeiro é uma cambada de esquerdistas idealistas irresponsáveis. Do lado oposto fica toda uma coorte de minoritários, largamente esquerdistas, idealistas e irresponsáveis, espalhados por essa Europa fora, que apoiam o governo grego ou, pelo menos, o povo grego. E que até acham que o governo grego é o único na União Europeia a ter a dignidade e a coragem de enfrentar uma União Europe

Uma subalternização evitável

J.-M. Nobre-Correia Média : No grupo Impresa, onde o Expresso é o navio almirante, a Visão é claramente considerada como publicação de complemento em relação àquele. O que traduz uma estratégia de curta vista, pouco ambiciosa… Contrariamente ao que por vezes por aí se escreve, o magazine Visão não foi lançado pelo grupo Impresa de Francisco Pinto Balsemão. Foi-o sim por Edipresse, depois da tomada de controle do semanário O Jornal pelo grupo suíço. O novo proprietário decidiu então encerrá-lo e, meses depois, em março de 1993, proceder ao lançamento do novo magazine. E só depois de duas mudanças no capital da editora é que a Impresa tomou o controle da Visão . A passagem sob o controle do grupo editor do semanário Expresso constituía de certa maneira uma garantia de futuro para o magazine. Mas ao mesmo tempo punha a Visão numa posição subalterna em relação ao Expresso , navio almirante do grupo e menina dos olhos do seu fundador e primeiro diretor, Pinto Bals

Uma cegueira ofuscante

J.-M. Nobre-Correia Justiça / Média : Para além mesmo do futuro pessoal do ex-primeiro ministro, o “caso Sócrates” ilustra de maneira extremamente preocupante a situação da Justiça e o estado da Democracia em Portugal… Os portugueses vivem um drama permanente : o de viverem em Portugal ! Encalhados entre Espanha e Atlântico. Ou melhor : entre espanhóis e peixes. Espanhóis cuja arrogância os leva naturalmente a desconfiar de tais vizinhos. E peixes que, para além de misteriosos gluglus, não têm grande conversa… Este isolamento interior leva-os a viver como sempre viveram. A pensar como sempre pensaram. A comportar-se como sempre se comportaram. Naturalmente. Porque é assim mesmo. Porque sempre foi assim mesmo. Sem recuo em relação aos acontecimentos. Sem se confrontarem com outras maneiras de pensar e de agir. Sem outros pontos de referência que os levem a interrogar-se sobre por que há de ser assim e não poderia ser de outra maneira. A interrogar-se sobre a questão