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A mostrar mensagens de setembro, 2015

As viragens prováveis

J.-M. Nobre-Correia Política : Tudo leva a crer que as eleições de domingo marcarão a história portuguesa contemporânea. Porque anunciarão o fim de uma prática governamental ou o seu aprofundamento. Com o que isto supõe de inevitáveis redefinições… O próximo fim de semana tem grandes probabilidades de vir a constituir um marco na vida política portuguesa. Pelas razões mais diversas. Começando pelo nível de participação no ato eleitoral. Que este nível venha a ser inferior ao das precedentes eleições e isso significará que os cidadãos acreditam cada vez menos nos partidos e no pessoal político. Mas se for mais alto, isso traduzirá uma mobilização que terá que ser posta em relação com os resultados : exasperação em relação à política governamental nos últimos quatro anos ; ou desejo de continuidade e receio em relação a uma possível alternância. O prosseguimento do novo PREC Durante a campanha eleitoral, e mesmo antes dela, a coligação PSD-CDS jogou a f

Objetividades diversas...

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J.-M. Nobre-Correia Média : Perante factos incontestáveis, indiscutíveis, mesmo quando a prática jornalística é honesta e de qualidade, a sensibilidade com que são abordados os ditos factos vem inevitavelmente ao de cima… Há os factos e a maneira como são abordados. Há as opiniões claramente explicitadas e a maneira como se exprimem indiretamente na abordagem dos factos. E no meio disto tudo há a sagrada objetividade. Ou melhor dito : a honestidade com que factos, análises e opiniões são expostos ao leitor. A maneira como os quatro diários generalistas madrilenos e os quatro barceloneses titulam hoje sobre as eleições de ontem na Catalunha é significativa deste entrelaçamento dos factos e a interpretação destes factos. E, como era previsível, os factos não são vistos do mesmo modo em Madrid e em Barcelona, na imprensa “espanholista” madrilena e em jornais barceloneses com sensibilidades diversas, por vezes até adeptos ferrenhos da independência da atual “comunidade

Em nome da História

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J.-M. Nobre-Correia Política : Portugal tem sido ao longo dos séculos um país de emigrantes. E foi demasiadas vezes um país que obrigava muitos dos seus a procurar refúgio em terras mais tolerantes. É agora tempo de pagar o seu tributo… A atualidade recente em matéria de migrantes e refugiados suscita reações marcadas mais pela emoção do que pela razão. Não que a emoção não seja legítima e estimável, que o é. Mas, nesta como noutras matérias, pelo menos num segundo tempo, convém procurar reagir com a razão. Até porque esta atualidade recente tem já longos meses de vida. Sem que as autoridades políticas da União Europeia, e mais especificamente de Portugal, tenham procurado seriamente soluções realistas, concretizáveis. E sem que os cidadãos, os simples cidadãos, se tenham mostrado suficientemente interessados em suscitar estas ou outras soluções e em participar na sua concretização. É possível que, como disse em tempos Michel Rocard (então primeiro ministro sociali