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A mostrar mensagens de outubro, 2016

Ousar estratégias que se impõem…

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J.-M. Nobre-Correia Para o mediólogo, professor emérito da Université Libre de Bruxelles, há que dar à agência Lusa uma nova e desejável ambição Depois ter vivido quatro anos em Lisboa, onde casou, Charles-Louis Havas, regressou a França e anos depois, em 1835, fundou a primeira agência de informação da história : a atual Agence France Presse . Outras apareceram depois ao longo do século XIX na Europa e nos Estados Unidos. E hoje a grande maioria dos países dispõem no mínimo de uma agência nacional. O universo das agências de informação é extremamente diversificado : entre a agência mundial e a local, entre a de informação geral e a especializada, entre a plurimédia e a monomédia. No caso das agências nacionais de informação geral, há países demograficamente comparáveis que fazem opções diferentes : o caso de Belga que, com apenas 100 jornalistas, produz um serviço em francês e outro em neerlandês, e não conta nenhuma delegação no estrangeiro ; e o caso de Lusa , com 280 jor

Da quieta melancolia à morte lenta…

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J.-M. Nobre-Correia A informação geral impressa vai pouco a pouco definhando. Perante a indiferença do mundo político… Na outrora chamada Europa ocidental, Portugal é o país onde se leem menos jornais. E onde são publicados menos jornais diários, tendo em conta a superfície e a demografia do país. O pós-25 de Abril fez desaparecer a maioria dos diários de informação geral ditos “nacionais” de Lisboa e do Porto. Mas a crise da imprensa em Portugal é manifestamente grave desde há decénios. Nela se conjugaram erosão consequência da proliferação de rádios, televisões e média em linha com o velho descrédito da informação jornalística e a tradicional iliteracia. Veio depois juntar-se-lhes a mais recente crise dos investimentos publicitários e do poder de compra dos cidadãos, dando uma machadada abaladora ao sector. Porém, parlamentos e governos sucessivos têm preferido ignorar tal situação. Até porque desde que os média escaparam à alçada do Estado, o mundo político prefere não af

Por uma verdadeira autoridade

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J.-M. Nobre-Correia Da necessidade de uma reformulação da ERC no que se refere aos seus membros e às suas competências… O mandato dos atuais membros do Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) chega ao fim. E a Assembleia da República vai ter que proceder à eleição de quatro dos cinco membros, sendo o quinto designado por cooptação. O balanço de cinco anos de atividade do atual Conselho Regulador é manifestamente insatisfatório. Até porque esteve demasiado ausente, inerte, silencioso, em situações mediática e jornalisticamente criticáveis e até mesmo intoleráveis. Pelo que conviria que a nova maioria parlamentar tome a iniciativa de eleger novos membros notoriamente competentes e com a coragem indispensável para tomar decisões que se impõem. Porém, antes desta eleição, há que lamentar que a nova maioria parlamentar não tenha tomado a iniciativa de reformular e reforçar as competências de uma nova ERC. Até porque há uma necessidade urgente d

Outra abordagem da atualidade

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J.-M. Nobre-Correia Para que novos tempos políticos e sociais sejam viáveis, é essencial uma nova conceção da informação Nenhum poder político pode realizar obra duradoira sem média de informação que lhe sejam globalmente favoráveis. E as probabilidades serão ainda mais escassas se o sistema mediático lhe for notoriamente hostil. O que é o caso quando o poder político se quer norteado por princípios de justiça social e os média são largamente orientados por uma ideologia conservadora pretensamente neoliberal… Não quer isto dizer que um poder político progressista precise de uma informação “oficiosa” e muito menos às ordens ! Mas os cidadãos têm que dispor de uma informação realmente pluralista, concebida de modo diferente do que era habitual. Fruto de uma seleção judiciosa de factos socialmente significativos que ocorreram. De uma hierarquização que dê prioridade à incidência desses factos sobre a vida quotidiana dos cidadãos. De uma tratamento jorna